EMPREENDEDORAS QUE INSPIRAM E TRANFORMAM?

Histórias pessoais de empreendedoras com propósitos de vida inspiradores

 

Confira aqui o bate-papo que tivemos com elas na última quinta-feira.

 

No episódio do “Convívio em Família”, trouxemos duas empreendedoras, que, por meio de experiências pessoais, encontraram propósitos de vida e construíram suas empresas para ajudar tantos outros. São figuras inspiradoras, com temas desafiadores e histórias muito marcantes.

Confira a seguir um pouco de cada uma dessas histórias.

Renata Rizzi – fundadora da Utopiar

 

A Utopiar nasceu de uma história pessoal. Quando mais jovem, Renata sofreu um assalto dentro da própria casa que trouxe para sua vida uma série de traumas que tiveram que ser enfrentados ao longo de anos. Quando mais tarde, trabalhando numa grande empresa de moda atuante na América Latina, percebeu a falta de mulheres nas posições de liderança.

Isso começou a incomodar e a impulsionou a estudar mais sobre o assunto, se deparando com estudos sobre a violência doméstica contra mulheres e o fato de que o Brasil é o 5ºpaís no mundo que mais mata mulheres por violência doméstica. Tristemente, no Brasil a mulher corre mais risco dentro de casa do que na rua, sofrendo violência quase todos os dias.

Por meio da experiência pessoal traumática cometida por estranhos dentro da sua casa e com a percepção das dificuldades das mulheres no mundo empresarial despertou a vontade de ser o apoio que essas mulheres tanto precisavam nessas situações. Surgiu a vontade de criar uma rede de apoio. E assim montou uma marca de roupas sustentáveis, feitas por mulheres que sofrem esse tipo de violência.

A ideia é buscar um resgate da autoestima e oferecer um propósito para levantar da cama e seguir em frente. Empoderamento feminino de mulheres que já nem sabiam mais o que era isso. Durante um ano essas mulheres trabalham na Utopiar e depois disso estão prontas para voltar para o mercado de trabalho tradicional, enfrentando os seus traumas de forma um pouco melhor. É uma busca por ressignificação.

Karine Vieira – fundadora e CEO do Responsa

Karine é assistente social e egressa do sistema carcerário. Depois de 15 anos no mundo do crime passou por uma processo de ressignificação e transformação. Voltou a estudar e hoje dedica sua vida para trabalhar com pessoas que já passaram pelo sistema prisional. E com esse propósito nasceu o Instituto Responsa.

Karine destaca que é preciso dar oportunidades para as pessoas ressignificaram suas histórias após o cárcere, para que consigam se inserir na sociedade, tudo de maneira lícita. Foram as oportunidades que proporcionaram a história de Karine e a mudança de vida. E por isso ela se dedica para criar e dar oportunidades para outras pessoas também.

O Instituto é uma agência de empregos, ajudando as pessoas a reconhecer suas habilidades, capacitando-as minimamente para serem reinseridas no mercado de trabalho, mantendo o vínculo com elas por meio de atendimentos sociais e psicológicos. O grande desafio do Instituto e fator chave de sucesso desse propósito é fazer com que as empresas proporcionem estas oportunidades com vagas para egressos.

Rede de apoio emocional em tempos de pandemia

 

Estamos vivendo um momento crítico e desafiador, e a pandemia tem afetado a vida de muitas pessoas. No Instituto Responsa todos os prestadores de serviço e parceiros foram afetados. As pessoas deixaram de prestar serviço à população e essas pessoas ficaram sem trabalhar. E além dessas, já havia outras pessoas que já não estavam trabalhando, devido ao estigma da sua passagem criminal.

O Instituto não deixou de atender, entretanto agora tudo passou a ser online. Assistentes sociais e psicólogas dando suporte para manter as condições mentais das pessoas mais tranquilamente. Em paz totalmente não tem como ficar, mas o suporte vem para promover a compreensão de tudo o que está acontecendo e o acolhimento – ainda mais importante neste momento. Além disso, o Instituto está desenvolvendo ações para doar cestas básicas, colocando comida na mesa de pessoas que estão em situações mais vulneráveis.

Já na Utopiar a situação é um pouco diferente. O trabalho é desenvolvido com mulheres que estão em abrigos sigilosos. Uma casa secreta para onde a mulher vai com os filhos quando está correndo risco de morte. Normalmente a mulher não trabalha, mas quando trabalha ela sai do trabalho, tira o filho da escola, não avisa ninguém, nem parentes nem amigos, e vai para uma região que não seja de circulação do agressor ou de alguém que possa contar ao agressor onde ela está. Nestes casos essas mulheres possuem casa e comida garantidas, pois são sustentadas pelo terceiro setor.

Porém, por determinação da prefeitura, as atividades de oficinas foram todas suspensas sem data prevista para retorno. Então a urgência, neste caso, é um pouco diferente. Estudos mostram que a violência doméstica está aumentando muito com o isolamento social. Devido às incertezas, à insegurança, à recessão econômica, à dúvida sobre o futuro, entre outros fatores, as casas que já tinham algum tipo de violência doméstica estão ficando mais frequentes e intensas. E nas casas que não tinham estão começando a ter.

As mulheres estão presas dentro de casa. Antes tinham medo e vergonha, mas tinham a chance de pedir ajuda para uma colega de trabalho, uma amiga, ir até a delegacia. Agora ela está ainda mais isolada e, com isso, mais fragilizada. É importante sermos solidários neste momento. Interferindo em situações de risco e violência para ajudar essas mulheres.

Além a violência física, há 4 outros tipos: a moral, a psicológica, a patrimonial e a sexual. Deve-se agir sempre com muita empatia e sem julgamentos com essas mulheres.

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Renata e Karine possuem uma história de vida incrível. De experiências e traumas pessoais tiraram inspiração para empreender, com propósito, e ajudar pessoas em situações difíceis.

O Instituto Responsa está arrecadando doações para comprar cestas básicas ajudar pessoas assistidas por eles em seus projetos. Caso queira contribuir, clique aqui.